Palavras que carinhosamente se reproduzem na alma e
depois repousam, sossegadas na minha mente.
Sobre etéreas pétalas de flores adormecem perfumadas ...
amadurecem e vestem-se de cores divertidas.
E pela minha mão nascem... só para ti.

domingo, 17 de agosto de 2008

Lágrima a lágrima...


...palavra por palavra, assim como quem não quer a coisa, vou despejando as "dores" acumuladas ao longo destes ultimos 3 anos.

Quando estamos no cimo da montanha e atravessamos uma nuvem, só nos apercebemos que estávamos dentro dela quando nos afastamos. Apenas à distância, ela assume contornos. De longe ela é sempre muito mais negra e ameaçadora. Enquando se está dentro da turbulência, estamos tão ocupados com a tarefa de sairmos de lá (ou, pelo menos, devíamos estar) que não temos tempo para lamentações.

É à distância que tudo se torna mais humano.

Enquanto passamos pela provação somos menos "gente" e passamos a ver tudo com olhos mais "divinos".

Confesso que chego a ter saudade dessa capacidade de sentir Deus, ali, ao estender da mão. Tal qual na pintura de Michelangelo.

Como ser humanos, a nossa vidinha é tão enrolada que nós próprios dificultamos essa tarefa de permanecer pertinho Dele.

Quando esse sentimento atraca, espreme a nostalgia que sai pelos nossos olhos em forma de lágrimas. Se assim não fosse, ficaríamos engasgados com o nosso próprio lamento.

Mas logo passa. São tantas as bençãos que depois de esvaziadas as lágrimas ... brotam flores mil de pétalas imaculadas saídas de uma gravura Japonesa.


E é assim que lágrima a lágrima, palavra a palavras, vou acorrentando amigos para a vida e para além dela...

Salvem Miguel!