Palavras que carinhosamente se reproduzem na alma e
depois repousam, sossegadas na minha mente.
Sobre etéreas pétalas de flores adormecem perfumadas ...
amadurecem e vestem-se de cores divertidas.
E pela minha mão nascem... só para ti.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Há pessoas...


Há pessoas para quem o mundo vai mingando, mingando até que um dia se transforma num planeta pequenino com apenas um habitante.


Todos os outros seres gravitam à sua volta. Ocasionalmente iluminam o seu rosto dando-lhe um pouco da sua luz e aquecendo-lhe a alma. Estão seguros. Estão lá. Mas nunca lhe tocam. Não há ligação. Todos os laços foram decepados.


Esse pedaço de ser humano tem então um mundo só para si. Uma verdade só sua e, portanto, irrefutável. Tudo aí é feito de acordo com a sua própria vontade. É apenas seu aquele mundo.


Um dia começa a chover. Faz frio. Um dia a Primavera não chega. As árvores não florescem e não dão fruto.


Ela fica triste e chora. Não pode fazer nada para controlar o tempo.


As suas lágrimas caiem estéreis no chão frio e vazio. Não há ombros para as receber. Não há braços para a abraçar.


No mundo que é seu não há amigos. Não há calor.


Num breve e aterrador instante, quiçá no fim do caminho, essa pessoa percebe finalmente que desperdiçou as Primaveras.


Compreende uma verdade que não sendo sua, é real e dilacerante.


Está só!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Quem é essa sorte de que todos falam???









Hoje perguntaram-me que se podia responder a alguém que (supostamente com razão) dizia não conseguir encontrar a sua sorte.


Acontece, pelos vistos, a muito boa gente passar a vida inteira atrás da tal "sorte" que nunca encontram.


Aqui está o que eu penso e que vale o que vale, claro.


Eu não acredito na "sorte". Fado, destino, dita. Diz assim o dicionário. Pressupõe-se que alguma coisa exterior a nós controla o nosso "fado" e está completamente fora do nosso controlo.
É claro que também não acho que nós fazemos o nosso próprio destino (embora tenhamos uma imensa responsabilidade nessa tarefa) e que a "sorte somos nós que a fabricamos".
A vida é a vida. Tudo o que nela nos acontece é inerente ao facto de estarmos vivos. E esse facto, por sisó. já é uma grande "sorte". Certo?
Tudo o que se nos depara pela frente tem um propósito, que eu acredito fielmente, ser o propósito de Deus para cada um de nós. Assim sendo, com sorte ou sem ela, conforme a nossa reacção a qualquer acção que soframos, tiraremos boas ou más consequencias dessas oportunidades que nos surgem no caminho.
A nossa percepção do que é bom ou mau, leva-nos a ficar ou satisfeitos, ou frustrados. Mas isso é apenas a nossa vontade a moldar aquilo que devíamos ver "cara a cara" e não "como num espelho" (como diz Paulo).


Quem se atreva a pesar na balança tudo o que tem de bom, de um lado, e aquilo que lhe atrapalha a vida, do outro, duvido que não seja evidente que o lado bom é sem dúvida predominante.


Temos de tirar os óculos escuros e ver às claras a luz que nos quer iluminar e nós não deixamos.


"Sorte" é algo utópico. Vida e vida cristalina é alguma coisa que me é muito familiar. Nisso, sim, eu acredito. E tu??